Qual a conduta para lidar com o paciente agitado e agressivo?

O manejo de pacientes em agitação psicomotora, agressivos ou violentos, que são quadros relativamente comuns durante os episódios de crise de alguns transtornos psiquiátricos pode ser realizado por intervenções farmacológicas e não farmacológicas. O manejo não farmacológico se destina a organização do espaço físico e a adequação de atitudes e comportamentos dos profissionais de saúde. Já o manejo farmacológico tem por objetivo tranquilizar rapidamente o paciente, buscando a redução dos sintomas de agitação e agressividade, sem a indução de sedação profunda ou prolongada, mantendo-se o paciente tranquilo, mas completa ou parcialmente responsivo....

Quais as indicações para a eletroconvulsoterapia (ECT)?

A eletroconvulsoterapia (ECT) é um tratamento biológico que a partir de uma convulsão induzida propõe benefícios terapêuticos para alguns quadros de transtornos psiquiátricos. Os avanços na anestesia e equipamentos de estimulação elétrica, a utilização de eletrodos e as formas de pulso melhoraram os efeitos colaterais e a segurança no tratamento que no início de sua utilização era marcadamente agressivo a integridade física, psíquica e aos direitos do paciente. As indicações para a eletroconvulsoterapia são: Depressão maior (episódio único ou recorrente); Transtorno afetivo bipolar (episódio depressivo, maníaco ou misto); Esquizofrenia não-crônica (sintomatologia afetiva ou catatônica proeminente), Transtorno esquizoafetivo, Transtorno esquizofreniforme....

Quais os cuidados na administração de medicamentos psicotrópicos?

Os principais erros cometidos durante a administração de medicamentos psicotrópicos estão associados a distrações ambientais, conhecimento insuficiente sobre farmacologia, erros provenientes da interpretação da escrita da prescrição médica e prescrições incompletas, dificuldade para calcular a dosagem da medicação corretamente, e pressão relacionada ao trabalho. Associados a essas dificuldades o enfermeiro também pode ter dificuldades em relação a má adesão ao tratamento medicamentoso pelo paciente e as barreiras de comunicação culturais e linguísticas dos pacientes....

Quando há necessidade de encaminhar um paciente para internação psiquiátrica, a quem compete o acompanhamento caso este não tenha familiar ou responsável?

Antes de encaminhar um usuário para internação psiquiátrica, todos os recursos terapêuticos de nível primário (APS) e secundário devem ter sido esgotados. Atualmente, interna-se apenas nos casos de crise (surtos, risco de suicídio, colocar em risco a vida de terceiros). Se isto ocorrer e o paciente estiver na unidade de saúde, o primeiro passo é que médico ou psicólogo o avaliem e que chamem um familiar ou pessoa de referência. Esta pessoa é quem irá acompanhá-lo ao serviço de emergência em saúde mental mais próximo (do seu município ou região), uma vez que é esse serviço que encaminha para internação....

Quais são as recomendações para uso de dissulfiram?

O dissulfiram (DSF) é recomendado na gestão da dependência de álcool em pacientes selecionados, altamente motivados e que estejam com apoio psicoterapêutico¹,2. O uso deste medicamento pode reduzir o consumo de álcool, mas não melhorar abstinência total ou possíveis recaídas (nível 2 de evidência)2,3. A dose habitual é 250mg/dia em dose única diária, preferencialmente de manhã, após um intervalo de, pelo menos 12 horas de abstinência. Os pacientes também podem beneficiar-se com doses de 500mg/dia....

Como organizar grupos de saúde mental?

O primeiro passo para organizar um grupo é o planejamento, que tem como diretriz principal o processo de territorialização, ou seja, as práticas devem ser orientadas a partir do entendimento do território. O processo de territorialização contribui para o reconhecimento do contexto comunitário que as equipes atuam e, a partir daí, é possível dar voz às necessidades comunitárias (1). Assim, as intervenções em saúde mental são concebidas na realidade do “dia a dia” do território, com as singularidades dos pacientes e de suas comunidades, buscando promover novas possibilidades de modificar e qualificar as condições e modos de vida....

Como identificar quem está com depressão e o começo dela?

A depressão é bastante presente no nosso cotidiano da Atenção Primária à Saúde e pode ser tratada pela equipe da Estratégia de Saúde da Família (ESF). É uma patologia multifatorial e, assim, exige que tenhamos um olhar ampliado de saúde. Iniciaremos pela saúde mental em geral. Trabalhar com saúde mental implica termos um olhar integral sobre o sujeito, sua cultura, sua família e seus valores. Isso exige que as intervenções não se limitem apenas ao tratamento medicamentoso (indicado nas depressões moderadas e graves) ou a psicoterapia individual, por exemplo....

Como deve ser realizado o acolhimento do paciente com problemas de saúde mental?

Acolher o sofrimento psíquico é de responsabilidade de toda a equipe da ESF. O psicólogo da ESF / NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família) precisa compartilhar com a equipe a responsabilidade do trabalho em saúde mental, sendo uma das maneiras de isto ocorrer é pela capacitação desta para que a primeira escuta seja feita pelos médicos e enfermeiros. A psicologia também pode fazer esta escuta, mas não necessariamente já iniciar uma psicoterapia individual, pois deve ser dada ênfase no apoio clínico aos profissionais da APS....

Como o Agente Comunitário da Saúde pode identificar sinais de depressão pós-parto?

Nenhum estágio da vida da família é tão cheio de ambivalências quanto o da chegada de um novo filho. Os novos pais estão envolvidos em um processo de adaptação que resulta na organização de suas vidas e de suas relações entre eles e com os membros da família de origem. O período pós-parto é um momento em que a identidade da mulher pode ser desafiada e a sua autoconfiança ameaçada....

Como identificar um paciente alcoólatra?

O usuário abusivo de álcool geralmente nega este “vício”, mas sua condição clínica ou mesmo a “denúncia” dos familiares pode auxiliar na identificação do alcoolista. Conceitos de epidemiologia podem ser úteis para diagnosticar o uso abusivo e a dependência: uso pesado: uso, em 20 ou mais vezes, nos últimos 30 dias que antecederam o questionamento; uso abusivo: padrão de uso que tenha causado um dano real à saúde física ou mental do usuário, mas a pessoa ainda não preenche critérios para ser considerada dependente; dependência: conjunto de sinais e sintomas que determinam que a pessoa esteja dependente da substância....