A abordagem das pessoas que usam drogas (substâncias psicoativas), sejam lícitas ou ilícitas, não difere muito em linhas gerais entre as diversas drogas, particularmente no âmbito da atenção primária à saúde, porquanto o trabalho dos profissionais de saúde nesse contexto deve seguir alguns princípios básicos, principalmente o estabelecimento de um bom vínculo terapêutico e o manejo de comorbidades que porventura existam. O estabelecimento de vínculo adequado entre o profissional de saúde e a pessoa usuária de droga pode ser considerado o pilar estruturante do tratamento desse tipo de problema. Para que o vínculo seja criado com sucesso, deve-se atentar ao fato de que muitas vezes o indivíduo atendido ainda se encontra numa fase pré-contemplativa, ou seja, não se sente com um problema relacionado ao seu padrão de consumo de droga (não raro a demanda inicial pela suspensão do consumo é da família). Portanto, é sensata uma abordagem que prime por questionamentos abertos, isentos de confronto e preconceitos, com conhecimento das técnicas de entrevista motivacional.1 Tal estratégia permite ao usuário de droga melhores condições de pensar sobre sua situação, com maior chance de ele próprio optar por alguma modificação em sua relação com a substância química psicoativa.
Fonte: https://aps.bvs.br/aps/como-abordar-pacientes-usuarios-de-drogas-no-contexto-da-atencao-primaria-a-saude/ (via RSS)