Embora rotineiramente utilizados como sinônimos, os termos tireotoxicose e hipertireoidismos nomeiam fenômenos patológicos distintos. A tireotoxicose é a síndrome clínica decorrente da exposição do organismo à altas doses de hormônios tireoidianos circulantes. Na maioria dos casos, quando este excesso de hormônio é produzido pela própria glândula tireóide, este quadro é chamado de hipertireoidismo. Essa hiperfunção, quando resultante da estimulação anormal da tireóide, pode manifestar-se das seguintes formas:
- Doença de Graves (70-90% dos casos) ou Bócio Difuso Tóxico
- Tumor trofoblástico (mola hidatiforme, coriocarcinoma)
- Adenoma hipofisário produtor de TSH
Ocasionalmente, pode ser uma hiperfunção resultante de uma autonomia tireoidiana intrínseca, encontrados nos seguintes casos:
- Adenoma hiperfuncionante ( Doença de Plummer 5%)
- Bócio multinodular tóxico
- Efeito Jod- Basedow
No entanto, a tireotoxicose pode ocorrer devido a outras causas, como a ingestão excessiva de hormônios tireoidianos, seja iatrogênica ou na tentativa de perda de peso, ou por produção excessiva de hormônios tireoidianos por tecido tireoidiano ectópico. Outra causa para tireotoxicose é a inflamação subaguda da glândula tireóide, em que ocorre destruição da tireóide com liberação de hormônios pré-formados pela glândula. Pode, ainda, ser secundária à drogas como o iodo e a amiodarona. Assim, os distúrbios de tireotoxicose não associados à hiperfunção tireoidiana podem apresentar os seguintes quadros:
- Tireoidite subaguda
- Fonte extratireoidiana de hormônios: tireotoxicose factícia
- Tecido tireoidiano ectópico
- Metástase funcionante de carcinoma folicular
- Secundário às drogas (Iodo, Amiodarona)