Níveis de TSH baixos ou indetectáveis associado a níveis elevados de T4 livre ou T3 confirmam o diagnóstico de tireotoxicose¹ O diagnóstico de hipertireoidismo de Graves pode ser estabelecido com relativa segurança em pacientes com quadro de tireotoxicose, bócio difuso (97% de sensibilidade) e oftalmopatia (71% de sensibilidade)¹. A dosagem do anticorpo anti-receptor do TSH (TRAb) não está indicada rotineiramente,mas pode ser útil em casos selecionados; sua sensibilidade em indivíduos com doença ativa e ainda não tratada é de 80% a 90% (Nível A). A dosagem de TRAb está indicada nas seguintes situações:

  • Investigação da etiologia do hipertireoidismo, quando o quadro clínico não é evidente;
  • Em gestantes eutireoidianas com passado de doença de Graves submetidas a radioiodo ou tireoidectomia ou com doença de Graves presente, para predição de tireotoxicose neonatal decorrente de passagem transplacentária de TRAb; níveis maternos elevados do anticorpo durante o primeiro trimestre da gestação indicam um risco de hipertireoidismo fetal, enquanto níveis aumentados no terceiro trimestre associam-se ao risco de hipertireoidismo neonatal;
  • Diagnóstico diferencial da tireotoxicose gestacional (1° trimestre);
  • Na avaliação de risco de recidiva do hipertireoidismo após suspensão das tionamidas;
  • Diagnóstico diferencial de indivíduo eutireoidiano com exoftalmia, especialmente quando bilateral.

A captação de iodo radioativo (I123 ou I131) nas 24 horas (RAIU/24hrs) pode ser útil para o diagnóstico diferencial das causas de hipertireoidismo e para o cálculo eventual da dose terapêutica de I131. Está geralmente bastante aumentada em pacientes com Doença de Graves ou Bócio Multinodular Tóxico e reduzida nas tireoidites ou tireotoxicose factícia. Nestas situações, é aconselhado que o médico da APS acompanhe conjuntamente com o especialista focal.

Fonte: https://aps.bvs.br/aps/o-que-fazer-com-tsh-baixo-e-t4-livre-alto/ (via RSS)