Os distúrbios tireoidianos são comuns em mulheres adultas em fase reprodutiva e se devem, principalmente, à deficiência de iodo, que ainda ocorre em extensas áreas do planeta, ou a alterações imunológicas. As repercussões da disfunção tireoidiana na gestação são ainda maiores, tendo em vista as profundas alterações hormonais e imunológicas que ocorrem neste período, bem como a dependência dos hormônios tireoidianos e do iodo maternos evidenciada no feto.
A frequência de hipotireoidismo na gestação varia em cada país, porém estima-se em torno de 0,3% a 25%. Em países que não possuem deficiente ingesta de iodo, a doença tireoidiana autoimune é a principal causa de hipotireoidismo. Esta doença relaciona-se com um grande número de complicações para a mãe e para o desenvolvimento dos fetos, sendo as mais frequentes a hipertensão gestacional e o baixo peso fetal. Outras complicações observadas são hemorragia pós-parto, malformações congênitas e aumento do número de abortos espontâneos.
Atualmente não existem relatos que mulheres com hipotireoidismo não possam engravidar. Algumas vezes, principalmente se a mulher não está adequadamente tratada, torna-se mais difícil, pois pode influenciar na ovulação. A associação de hipotireoidismo com anovulação fez com que muitos médicos, no passado, concluíssem que gestações complicadas por hipotireoidismo eram extremamente raras. Contudo, estudos posteriores indicaram que estas mulheres, se tratadas, podem engravidar e desenvolver os fetos sem maiores complicações.
Fonte: https://aps.bvs.br/aps/paciente-com-hipotiroidismo-pode-engravidar/ (via RSS)