O cérebro produz constantemente um líquido (mais precisamente líquido cefalorraquidiano, ou líquor), que tem a função de proteger o encéfalo e a medula de danos, remover resíduos do metabolismo cerebral e fornecer ao cérebro hormônios necessários para seu funcionamento adequado.
A hidrocefalia é uma doença na qual ocorre um aumento da quantidade de líquor no cérebro, que, quando em excesso, aumenta a pressão dentro do crânio, podendo causar danos importantes ao órgão.
O líquor é produzido no interior do cérebro e circula por uma série de “espaços” chamados ventrículos, até ser reabsorvido na sua parte mais externa.
Pode ocorrer o surgimento da hidrocefalia se:

  • o líquor for produzido em excesso;
  • existir um bloqueio no caminho do líquor até o local onde ele será reabsorvido na parte mais externa do cérebro, ou;
  • se existir algum problema na reabsorção do líquor;

Existem três tipos principais de hidrocefalia:
1 – Hidrocefalia congênita: está presente no nascimento. Estima-se que cerca de 1 a cada 1000 bebês nascem com este problema. Pode estar associada a outros problemas congênitos, como a espinha bífida ou pode resultar de uma infecção materna durante a gestação, como rubéola, sífilis, citomegalovírus, toxoplasmose, entre outros.
A causa mais comum é um bloqueio na circulação do líquor. Os bebês que nascem com hidrocefalia freqüentemente têm características físicas peculiares, como por exemplo:

  • a cabeça pode parecer maior que o normal
  • a pele da cabeça pode parecer mais “fina” e brilhante que o normal, com veias bem aparentes.
  • as fontanelas ( ou “moleiras”) podem estar mais tensas.
  • o bebê pode parecer que está sempre olhando para baixo (o chamado “olhar de sol poente”)

Além dos sinais físicos, a criança também pode apresentar alguns sintomas, como:

  • dificuldade de alimentação
  • irritabilidade
  • sonolência
  • vômitos

Também podem ocorrer atrasos em algumas fases do desenvolvimento do bebê (ex: engatinhar, sentar).

2- Hidrocefalia adquirida: ocorre após o nascimento. Geralmente se desenvolve após um grande trauma na cabeça ou como conseqüência de uma doença subjacente, como acidente vascular cerebral (AVC, “derrame”) ou tumor cerebral. Os sintomas incluem:

  • dor de cabeça
  • náuseas e vômitos
  • perda do apetite
  • irritabilidade
  • sonolência
  • alterações de personalidade
  • desorientação
  • problemas visuais, como visão borrada
  • convulsões
  • dificuldade para caminhar
  • incontinência (geralmente urinária)

3 – Hidrocefalia de pressão normal: geralmente só ocorre em pessoas de mais idade, acima dos 50 anos. É uma doença mais rara e pouco compreendida. Pode ocorrer após um traumatismo craniano, infecção ou AVC, mas na maior parte dos casos a causa é desconhecida. Diferentemente dos outros tipos de hidrocefalia, neste caso os sintomas se desenvolvem lentamente, ao longo de muitos meses ou anos.
Geralmente o primeiro sintoma de hidrocefalia de pressão normal é uma dificuldade progressiva para caminhar, especialmente para dar o primeiro passo. A seguir podem ocorrer crises de incontinência urinária e uma progressiva lentidão do pensamento (lentidão para responder a perguntas, reagir a determinadas situações ou processar informações).

Fonte: https://aps.bvs.br/aps/quais-as-causas-e-sintomas-da-hidrocefalia/ (via RSS)