Tanto a obesidade como o sobrepeso são importantes preocupações em saúde pública devido à associação com aumento de risco para hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes melito, doença coronariana (angina e infarto do miocárdio), osteoartrose, distúrbios do metabolismo dos lipídios (colesterol, triglicerídeos), doenças da vesícula biliar e alguns tipos de cânceres.
Sabe-se que as repercussões da obesidade estão relacionadas com tempo e gravidade de instalação, mas a criança obesa já tem um risco maior de apresentar HAS, hipercolesterolemia, diminuição do hormônio do crescimento, distúrbios respiratórios e problemas ortopédicos.
Além disso, tanto o adulto como a criança e adolescente obesos sofrem importante pressão psicológica e social.
Importante destacar que a obesidade também vem geralmente acompanhada do sedentarismo, um fator de risco adicional para doenças coronarianas.
O agente de saúde deve estar atento a presença de crianças com obesidade e orientar os pais para que busquem auxílio da equipe de saúde para averiguar possíveis causas secundárias e para uma abordagem individualizada.
Como na grande maioria das vezes a obesidade infantil vai ser manejada através de orientações acerca de mudanças de hábitos alimentares e otimização de atividades físicas, abaixo são descritas uma série de recomendações para seu tratamento e prevenção:

  • fazer exercícios, mas com prazer, pois o fundamental é adquirir esse hábito para a vida. O exercício não necessariamente precisa ser sistemático; pode ser dançar, pular corda e jogar futebol com amigos;
  • ter horário para refeições. Comer em um intervalo mínimo de 1 hora e 30 minutos e máximo de 3 horas;
  • não comer vendo TV;
  • não ter em casa alimentos que possam fazer a criança sair da “dieta”, como bolachas recheadas e salgadinhos;
  • dar o exemplo é fundamental;
  • mudar o hábito familiar de comemorar situações comendo, e passar a comemorá-las de outra forma, indo ao parque, ao cinema (sem pipoca!), ao zoológico, à praia;
  • não usar adoçantes de forma indiscriminada, já que não alteram hábitos e estimulam mais o prazer de comer doces;
  • incluir a criança ativamente;
  • incluir a criança ativamente na escolha das diretrizes do manejo de sua obesidade, pois ela não merece outra frustração (como a de falhar em seguir a “dieta”), além do fato de ser gorda. É muito fácil falhar em seguir dietas não-compatíveis com a realidade ou hipocalóricas;
  • se a família já tem tendência à obesidade, cuidar desde o início com os hábitos alimentares: não insistir para “raspar” o prato; não oferecer porções fartas; evitar o hábito da sobremesa; não educar para saciar a sede com sucos e chás, mas com água; evitar alimentos com maior densidade calórica como mamadeiras e frutas acrescidas de cereais e açúcar.

Fonte: https://aps.bvs.br/aps/quais-as-principais-consequencias-da-obesidade-infantil-que-orientacoes-o-agente-comunitario-de-saude-pode-dar-para-auxiliar-na-prevencao-e-manejo-da-crianca-obesa/ (via RSS)