Quando há sangramento uterino anormal, a avaliação sempre começa com anamnese detalhada (buscando caracterizar o padrão menstrual em quantidade, duração e tempo de um ciclo para o outro) e exame físico minucioso (incluindo exame pélvico/ginecológico).
Um largo espectro de doenças se manifesta como sangramento uterino anormal. A irregularidade menstrual é comum na adolescência. Cerca de 50% dos ciclos menstruais são anovulatórios nos primeiros dois anos após a menarca¹. Nesta fase, são causas frequentes de irregularidades menstruais: a imaturidade do eixo hipotálamo-hipófise-ovariano, as discrasias sanguíneas, gravidez e processos infecciosos gênito-urinários. A conduta terapêutica é baseada nos achados clínicos de cada condição.
Os exames complementares estão indicados quando houver suspeita de doenças relacionadas. Nestes casos, de acordo com as suspeitas clínicas, podem ser solicitados: hormônio tireoestimulante (TSH), tiroxina (T4 livre), coagulograma, contagem de plaquetas, provas de função hepática e prolactina, bem como uma ultrassonografia pélvica (para avaliação da espessura endometrial, do miométrio, da forma e do volume do útero e dos anexos). Para alguns autores, a dosagem quantitativa da subunidade beta da gonadotrofina coriônica humana (beta-HCG) deve ser solicitada a todas as mulheres em idade reprodutiva, mesmo que elas neguem vida sexual ativa ².
Atenção para o fato de que distúrbios menstruais podem ocasionar anemia, dependendo das características do sangramento (em geral, sangramentos persistentes e/ou volumosos). Nesta situação, convém avaliação hematológica, através de um hemograma ³.
Fonte: https://aps.bvs.br/aps/qual-a-abordagem-inicial-em-quadro-de-sangramento-uterino-anormal-na-adolescencia/ (via RSS)