O tratamento medicamentoso da hipertensão arterial sistêmica tem como objetivo a prevenção de doença cardiovascular e renal. A escolha da medicação anti-hipertensiva deve ser determinada por sua capacidade de prevenir desfechos clínicos, pelas características epidemiológicas e clínicas dos pacientes, além da comodidade posológica e custo. Seguindo esses critérios, os Sumários Clínicos do Serviço de Saúde Britânico (Clinical Knowledge Summaries – CKS/NHS) recomendam, como primeiro passo, considerar as comorbidades dos pacientes ao escolher a medicação.

  • Na presença de disfunção ventricular esquerda ou de infarto do miocárdio prévio, o uso de um fármaco que atue no sistema renina-angiotensina-aldosterona (inibidor da ECA ou antagonista do receptor da angiotensina II se o primeiro não for tolerado) associado a um beta-bloqueador é apropriado.
  • Em indivíduos com angina, o uso de beta-bloqueador para controle da pressão arterial e da angina está indicado.
  • Pacientes com lesão renal, demonstrada por aumento da creatinina sérica, diminuição da taxa de filtração glomerular e/ou com microalbuminúiria ou proteínúria, beneficiam-se do uso de fármaco que atue no sistema renina-angiotensina-aldosterona (inibidor da ECA ou antagonista do receptor da angiotensina II se o primeiro não for tolerado). Na ausência dessas comorbidades, o CKS/NHS baseia a escolha do anti-hipertensivo em critérios epidemiológicos, na chamada abordagem “ACD” em que:
A = fármacos que agem no sistema da “A”ngiotensina
C = bloqueadores do canal de “C”álcio
D = “D”iuréticos tiazídicosSe a pessoa tem menos de 55 anos e não é de raça negra, o tratamento aconselhado é com “A” (inibidor da ECA ou antagonista do receptor da angiotensina II se o primeiro não for tolerado). Se o paciente tem mais de 55 anos ou é de raça negra, o tratamento pode ser iniciado com “C” ou “D”. Caso a pressão não atinja o alvo com o tratamento inicial, “A” deve ser associado com “C” ou “D”. Se o uso de dois fármacos não possibilitem o controle pressórico, a associação “A” + “C” + “D” é recomendada. Grau D Se o paciente em questão não apresenta lesão em órgão alvo, seu tratamento, por ser da raça negra, pode ser realizado com diurético tiazídico, como hidroclorotiazida, ou bloqueador do canal de cálcio, como anlodipino.

Fonte: https://aps.bvs.br/aps/qual-e-o-tratamento-medicamentoso-mais-indicado-para-hipertensao-arterial-sistemica-em-paciente-masculino-meia-idade-negro-obeso/ (via RSS)