Esta é uma discussão para a qual existem algumas considerações bastante interessantes. Sabemos que as vacinas são necessárias para controlar doenças graves e a não vacinação em massa pode provocar a morte e o sofrimento de milhões de pessoas. Uma pessoa que decide não se vacinar pode colocar em risco seus familiares e pessoas próximas e a sua comunidade, não sendo, portanto, uma atitude sem consequências. De acordo com a Lei no 10.741, de 1º de outubro de 2003, que dispõe sobre o Estatuto do idoso e toma outras providências: Art. 3°- é obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. A garantia de prioridade compreende: atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços à população; e garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência social locais (1). Assim, devemos usar de múltiplas estratégias para convencer aos usuários dos benefícios da vacinação. Uma boa estratégia é agendar uma consulta para o profissional que tem melhor vínculo com o usuário e/ou família para que nesse momento sejam explicados com clareza ao usuário, os diversos benefícios da vacinação, como o procedimento é realizado e os possíveis riscos aos quais estará submetido ao realizar e também ao recusar a vacina. Após essa explicação o usuário pode ser convidado a visitar a sala de vacinas, dessa forma terá contato direto com o processo de armazenamento das vacinas. Folhetos explicativos das campanhas de vacinação com ilustrações podem ajudar. Ressalta-se ainda, que os Agentes Comunitários de Saúde podem facilitar o acesso do usuário e da família até a Unidade de Saúde e nos casos em que não for possível a ida até a unidade, a equipe deverá se organizar e realizar uma visita domiciliar pré-agendada para que a vacinação ocorra (2). O diálogo entre profissionais e usuários é bastante importante, para que estes entendam, por conhecimentos passados pela equipe, que a vacinação trará benefícios para sua saúde. Deve ser enfatizado ao idoso, que a vacina contra influenza é segura e uma das medidas mais eficazes de prevenção a complicações e casos graves de gripe. Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% e 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade por complicações da influenza. Como o organismo leva, em média, de duas a três semanas para criar os anticorpos que geram proteção contra a gripe após a vacinação, é fundamental realizar a imunização no período da campanha para garantir a proteção antes do início do inverno. O período de maior circulação da gripe vai de final de maio a agosto (3).
Fonte: https://aps.bvs.br/aps/qual-forma-para-abordar-um-idoso-que-recusa-realizar-a-vacina-da-influenza/ (via RSS)