O único tratamento definitivo possivelmente efetivo para hidrocefalia de pressão normal (HPN) é a realização de derivação liquórica (ex: derivação ventrículo peritonial – DVP). No entanto, uma revisão sistemática da Cochrane mostrou que a ausência de ensaios clínicos randomizados torna difícil concluir se o uso de DVP para o tratamento da HPN é efetivo ou não (1). Frente a um paciente com HPN, deve ser avaliada a presença de preditores de boa ou má resposta à instituição de DVP.

Preditores de boa resposta:

  • aparecimento precoce de distúrbios da marcha
  • distúrbio da marcha como sintoma mais proeminente
  • início dos sintomas há menos de 6 meses
  • etiologia da HPN identificada
  • resultados positivos de alguns testes diagnósticos
  • alta resistência no teste de infusão de liquor
  • boa resposta clínica ao teste de drenagem de liquor

Preditores de má resposta:

  • aparecimento precoce de demência
  • demência moderada/severa
  • distúrbio de marcha ausente ou com aparecimento após demência
  • alcoolismo
  • achados na Ressonância Nuclear Magnética (RNM)
  • alterações marcantes na substância branca
  • aumento difuso de sulcos
  • atrofia do lobo temporal

De acordo com revisão do Uptodate 17.1, sugere-se que pacientes com evidência clínica e de imagem (RNM) sugestiva de HPN, resultado positivo de um dos testes diagnósticos (ex: “tap test”/teste de drenagem de liquor) e ausência de preditores de má resposta, sejam submetidos à DVP (2). (grau D)

Fonte: https://aps.bvs.br/aps/quando-esta-indicado-o-uso-de-derivacao-ventriculo-peritonial-para-o-tratamento-de-hidrocefalia-de-pressao-normal/ (via RSS)