O que fazer em casos de hiperutilização dos serviços da atenção primária, mesmo sem necessidade clínica?

Torna-se importante considerar a necessidade de incorporação de estratégias ou condutas terapêuticas que deem suporte psicológico, por meio de abordagens interdisciplinares, que atenda as reais necessidades do hiperutilizador, favorecendo processos de humanização no serviço e reforço em educação em saúde para promoção do autocuidado desse usuário(8,9). A identificação e caracterização dos pacientes hiperutilizadores é necessária em qualquer serviço de Atenção Primária à Saúde (APS), visto que um dos seus princípios é a resolutividade....

Quais condutas, além de orientação, a equipe deve/pode tomar em casos de falta de assistência familiar a pacientes idosos domiciliados?

O Manual de Assistência Domiciliar na Atenção Primária à Saúde publicado pelo Ministério da Saúde sugere que todos os casos de pacientes acamados sejam discutidos em equipe e as decisões poderão ser repassadas pelos agentes comunitários de saúde – ACS (servir de elo de comunicação entre a pessoa, a família e a equipe). Orientações sobre higiene do acamado, sobre ventilação do ambiente, exposição ao sol, mudanças de decúbito poderão fazer parte do plano de cuidado proposto pela equipe para ser orientado pelo ACS da família....

Quais as atribuições de um Agente Comunitário de Saúde frente a um caso de meningite confirmado na comunidade?

O Agente Comunitário de Saúde (ACS) deve orientar medidas de prevenção e controle disponíveis como a manutenção dos ambientes bem ventilados e com entrada de sol, se possível, principalmente em locais com aglomerações de pessoas, como escolas, locais de trabalho e transporte coletivo. Orientar ainda lavar as mãos frequentemente com água de sabão. Manter higiene rigorosa dos utensílios domésticos e manter a carteira de vacinação em dia.(1,2) A atribuição do ACS frente a uma doença infecto contagiosa, como a Meningite, é a de desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção da doença e agravos e de vigilância à saúde, por meio de visitas domiciliares e de ações educativas individuais e coletivas nos domicílios e na comunidade....

Pacientes que fazem tratamento de quimioterapia podem tomar a vacina da gripe?

Sim, de acordo com o manual do Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais CRIE, a vacina contra influenza é recomendada para pacientes com neoplasias e/ou que necessitem de quimioterapia (antes do tratamento e durante o tratamento), de radioterapia, de corticoterapia e também as pessoas que convivem com esses pacientes(1). As vacinas influenza sazonais têm um perfil de segurança excelente e são bem toleradas. As vacinas utilizadas pelo PNI durante as campanhas de vacinação contra influenza são constituídas por vírus inativados, fracionados e purificados, portanto, não contêm vírus vivos e não causam a doença(2)....

É permitido ao Agente Comunitário de Saúde (ACS) desempenhar o papel de “Posso ajudar”, nas Unidades de Saúde?

Partindo do princípio de que as atribuições descritas pelo Ministério da Saúde na PNAB/2017, aos ACS, bem como a proposta do projeto “Posso ajudar”, apesar de partirem de pontos distintos, convergem para o mesmo ponto “Fortalecimento da PNH” através de uma escuta qualificada, uma assistência humanizada e um acesso facilitado, cabe não somente ao Agente Comunitário de Saúde, como também a outros profissionais da unidade, desempenhar o papel de acolher o usuário nas suas necessidades, podendo entender assim como projeto “Posso Ajudar”...

Ser mãe após 30 anos ou não ter filhos é considerado fator de risco para câncer de mama?

Segundo o Instituto Nacional do Câncer, o uso de contraceptivos orais é considerado fator de risco pela Organização Mundial da Saúde, embora tenham estudos com resultados controversos(2). Algumas pesquisas relacionam a gravidez tardia como um fator de risco para o desenvolvimento do câncer de mama. Isso tem relação com o maior tempo de exposição ao estímulo estrogênico. Gestação após 30 anos ou nuliparidade aumentam esse tempo de exposição(2), mas ainda existem divergências em relação a isso....

Quais complicações a Covid-19 pode trazer para gestantes?

Um estudo(3) evidenciou o aborto espontâneo, ruptura prematura de membranas, restrição de crescimento intrauterino, sofrimento fetal e o trabalho de parto/parto prematuro como possíveis complicações que podem aparecer durante a gestação. O mesmo estudo não encontrou evidências sobre a transmissão vertical (líquido amniótico, leite materno) ou transplacentária. Em um relatório emitido pelo CDC(4)realizado com gestante e mulheres não grávidas em idade reprodutiva, as mulheres grávidas tiveram maior taxa de internação em unidade de terapia intensiva, bem como maior necessidade de ventilação invasiva e maiores taxas de óbitos quando comparadas às não grávidas....

Quais as orientações ao usuário com diagnóstico de COVID-19 e com alta hospitalar?

Como parte das diretrizes de cuidados clínicos de um paciente com COVID-19, o Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde descreve algumas observações: “Para os indivíduos hospitalizados com quadro de Síndrome Respiratória Aguda grave (SRAg) ao receber alta hospitalar antes do período de 20 dias, este deverá cumprir o restante do período em isolamento OU após 10 dias com dois resultados RT-qPCR negativo, desde que passe 24 horas de resolução de febre sem uso de medicamentos antitérmicos e remissão dos sintomas respiratórios, sendo necessária uma avaliação médica”....

Quais são os grupos de risco para agravamento da COVID-19?

São considerados grupo de risco para agravamento da COVID-19 os portadores de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica, e indivíduos fumantes (que fazem uso de tabaco incluindo narguilé), acima de 60 anos, gestantes, puérperas e crianças menores de 5 anos. Existem estudos recém-publicados com dados sobre os grupos de risco ligados a maior mortalidade por Sars-Cov-2, citando as enfermidades hematológicas, incluindo anemia falciforme e talassemia, doença renal crônica em estágio avançado (graus 3,4 e 5), imunodepressão provocada pelo tratamento de condições autoimunes, como o lúpus ou câncer, exceto câncer não melanótico de pele, obesidade ou doenças cromossômicas com estado de fragilidade imunológica....

Pode ocorrer transmissão vertical de Covid-19 na gestação ou amamentação?

Ainda não existem evidências de transmissão do SARS-CoV-2 por meio da amamentação, devendo ser mantido e estimulado o aleitamento materno. Da mesma forma, não há constatação significava de transmissão vertical da infecção pelo novo Coronavírus. A amamentação é indicada e não está contraindicada em nenhuma situação clínica, durante a permanência da mãe em atendimento hospitalar, desde que a parturiente se encontre em condições satisfatórias de saúde e assim o deseje(1,2). É importante que a lactante comunique a equipe do hospital caso não deseje amamentar, mas possa e queira oferecer ao seu RN o seu leite materno retirado, garantindo que o procedimento seja feito segundo critérios de segurança biológica do produto e dos profissionais, conforme as técnicas recomendadas(3)....