Como fazer a investigação das causas da ginecomastia?

A história clínica é fundamental na orientação diagnóstica¹. Deve‑se questionar sobre o início e duração da ginecomastia, sintomatologia associada (crescimento rápido e doloroso é mais preocupante do que um crescimento lento, indolor ao longo de anos), medicação em curso ou já efetuada, doenças concomitantes, sinais de hipogonadismo (como infertilidade, diminuição da libido e disfunção erétil)¹. As doenças sistêmicas associadas ao hipogonadismo e/ou ginecomastia também devem ser inquiridas. A história medicamentosa e social é importante para determinar o abuso de álcool ou de drogas¹....

Como abordar pacientes usuários de drogas no contexto da atenção primária à saúde?

A abordagem das pessoas que usam drogas (substâncias psicoativas), sejam lícitas ou ilícitas, não difere muito em linhas gerais entre as diversas drogas, particularmente no âmbito da atenção primária à saúde, porquanto o trabalho dos profissionais de saúde nesse contexto deve seguir alguns princípios básicos, principalmente o estabelecimento de um bom vínculo terapêutico e o manejo de comorbidades que porventura existam. O estabelecimento de vínculo adequado entre o profissional de saúde e a pessoa usuária de droga pode ser considerado o pilar estruturante do tratamento desse tipo de problema....

Qual a recomendação nutricional em casos de hipertensão gestacional?

Em casos de hipertensão gestacional (caracterizada pela ocorrência de hipertensão arterial após a 20ª semana sem a presença de proteinúria), a conduta indicada é semelhante àquela para casos de pré-eclâmpsia (PE) leve, tomando-se o cuidado com os picos hipertensivos (D): repouso compulsório com restrição de exercícios físicos exagerados; evitar ganho excessivo de peso materno; proibir álcool e tabagismo; consultas quinzenais com avaliação laboratorial; rastrear crescimento fetal restrito; diagnóstico do bem-estar fetal; e, parto acompanhando as indicações obstétricas, com indicação eletiva no termo1....

Qual a conduta clínica do cirurgião-dentista frente à anquiloglossia em crianças no atendimento da APS?

Pacientes que apresentam anquiloglossia devem ser acompanhados por uma equipe multidisciplinar1 sendo assim, cabe ao cirurgião-dentista encaminhá-los para consultas com otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos, para que em consenso decidam se o melhor tratamento para aquele determinado indivíduo será a intervenção cirúrgica ou apenas a fonoterapia2. Anquiloglossia, também conhecida como língua presa, é caracterizada por um encurtamento de uma estrutura que conecta a língua ao assoalho bucal chamada frênulo lingual3, restringindo o movimento lingual....

Qual abordagem inicial do prurido vulvar sem alterações no exame ginecológico?

A abordagem do prurido vulvar deve ser iniciada com uma anamnese detalhada, caracterizando início, tempo de evolução, tratamentos prévios, alterações morfológicas locais e perguntas específicas para cada uma das causas. O exame físico é realizado primeiramente com inspeção da região vulvar sob luz adequada, procurando-se áreas de fissuras, úlceras, hiperpigmentação, eritema, atrofia, hipertrofia, abaulamento das glândulas de Bartholin, entre outros. Pode-se aplicar ácido acético 5% para avaliar presença de lesão acetobranca que podem indicar lesão por HPV....

Quais são as características da Hiperplasia Fibrosa Inflamatória e da Estomatite Protética?

A hiperplasia fibrosa inflamatória consiste em uma lesão fibrosa inflamatória de desenvolvimento. É frequente na mucosa bucal em pacientes que fazem o uso de próteses mal adaptadas ou inadequadas1. Devido à força de oclusão, pressões constantes em áreas mal adaptadas da prótese são realizadas e causam traumas sobre a mucosa bucal2, induzindo o desenvolvimento da hiperplasia. A estomatite protética é caracterizada por um processo inflamatório com presença de eritema difuso envolvendo áreas do palato duro....

A drenagem linfática manual tem resultados positivos no edema crônico associado a comprometimento linfático após erisipela de repetição?

De acordo com a Sociedade Internacional de Linfologia nenhum método de tratamento para linfedema apresentou meta-análise satisfatória1. Além de serem escassas as evidências em relação à drenagem linfática manual (DLM)2 elas se concentram no linfedema secundário a neoplasia, em particular a de mama. Há ensaios clínicos que mostram possível efeito positivo, principalmente quando a DLM é associada a medidas compressivas 3-7. Contudo, mesmo nessas situações ainda há muito a ser estudado, pois os estudos são geralmente pequenos e com potenciais vieses7....

Qual o nível de pressão arterial desejável para um paciente hipertenso com histórico de AVC isquêmico?

Na literatura, existe incerteza sobre quão intensiva deve ser a redução da pressão arterial em pessoas que tiveram um acidente vascular cerebral (AVC) ou ataque isquêmico transitório (AIT), a fim de evitar um novo comprometimento cerebrovascular (1). Diretrizes recentes se posicionaram com diferentes conclusões sobre esta questão: as diretrizes europeias recomendam uma pressão arterial sistólica (PAS) alvo de 140 mmHg (ou superior) (B); e as diretrizes britânicas recomendam uma meta de 130 mmHg (1-3), meta pressórica também recomendada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia para hipertensos com lesão de órgão-alvo (4)....

Que condutas deverão ser direcionadas para o acompanhamento de gestante com sorologia positiva de toxoplasmose no terceiro trimestre?

No primeiro momento é necessário avaliar a confirmação deste diagnóstico visto que a existência de sorologias prévias e o resultado pormenorizado das sorologias do terceiro trimestre são fundamentais para esse raciocínio clínico. Considerando que essa gestante foi submetida a sorologias subsequentes durante o pré-natal e que inicialmente possuía IgG e IgM negativos, podemos considerar as seguintes situações. IgG positiva e IgM negativa: Esse resultado indica possibilidade de falso negativo da IgG na amostra anterior, por método inadequado....

O que é o tracoma? E o que podemos fazer para prevení-lo?

O tracoma é uma inflamação na conjuntiva do olho causada pela bactéria Chlamydia trachomatis. O tracoma é a causa mais frequente de cegueira evitável, representando 3% da cegueira do mundo. Globalmente, 21,4 milhões de pessoas têm tracoma, e 1,2 milhões delas são cegas (1). Um único episódio de infecção por C. trachomatis causa conjuntivite clamidial auto-limitada. Entretanto, repetidas infecções causam inflamação conjuntival de longo prazo que produz cicatrizes que podem causar cegueira se não forem tratadas....