Quando insulinizar o paciente com diabetes mellitus tipo 2?

Ambos, pacientes e médicos, são muitas vezes relutantes em iniciar a terapia com insulina, apesar de sua comprovada eficácia e vantagem de custo em comparação com muitos novos agentes. Muitas vezes pela própria forma com que os médicos lidam com a insulinização ( “um castigo ao paciente não aderente” ou “a um insucesso terapêutico”) esse processo torna-se menos aceito pelos pacientes. A literatura, no entanto, contraria essa visão. O estudo da UKPDS¹ revelou há anos que, devido ao progresso natural do diabetes tipo 2, a insulinoterapia será eventualmente indicada para muitos pacientes....

Quais os anestésicos locais indicados para diabéticos?

Em relação à anestesia local em pacientes diabéticos, deve-se estar atento à utilização de vasoconstritores. A epinefrina, vasoconstritor comumente associado a lidocaína, tem ação oposta à insulina, sendo considerada hiperglicemiante. A probabilidade de ocorrerem alterações metabólicas após a administração de epinefrina, nas concentrações utilizadas em Odontologia, é muito baixa. O risco é maior nos diabéticos não controlados e nos que recebem insulina. Naqueles com doença estável, controlados por dieta ou hipoglicemiantes orais, o uso de vasoconstritor adrenérgico é seguro....

Como ocorre o desenvolvimento de diabetes tipo 1 e 2 no organismo humano?

O diabetes tipo 1 ocorre porque o organismo não consegue produzir insulina, um hormônio que é necessário para controlar a quantidade de glicose (açúcar) no sangue. Normalmente, a insulina é produzida pelo pâncreas para levar a glicose da corrente sanguínea para dentro das células, onde ela é quebrada para produzir energia. Nos portadores de diabetes, isto não ocorre. A causa exata do diabetes tipo 1 não está completamente entendida, contudo, na maior parte dos casos acredita-se que se trata de um problema auto-imune....

Quando iniciar insulina para um paciente com Diabetes tipo 2?

O ajuste do tratamento medicamentoso do diabetes deve sempre se basear nos níveis glicêmicos. A maioria dos estudos que avaliam a efetividade do controle glicêmico baseia-se em valores de glicemia de jejum para atingir um determinado alvo de hemoglobina glicosilada (A1C). A Associação Americana de Diabetes (ADA) desenvolveu uma tabela que correlaciona a glicemia de jejum e valores de A1C (tabela 1) e recomendou metas desses parâmetros laboratoriais (tabela 2): Glicemia de jejum (mg/dl) <td valign="top" width="378"> <p align="center"> A1C (%) </p> </td> </tr> <tr> <td align="center" valign="top"> 126 </td> <td align="center" valign="top"> 6 </td> </tr> <tr> <td align="center" valign="top"> 154 </td> <td align="center" valign="top"> 7 </td> </tr> <tr> <td align="center" valign="top"> 183 </td> <td align="center" valign="top"> 8 </td> </tr> <tr> <td align="center" valign="top"> 212 </td> <td align="center" valign="top"> 9 </td> </tr> <tr> <td align="center" valign="top"> 240 </td> <td align="center" valign="top"> 10 </td> </tr> <tr> <td align="center" valign="top"> 269 </td> <td align="center" valign="top"> 11 </td> </tr> <tr> <td align="center" valign="top"> 298 </td> <td align="center" valign="top"> 12 </td> </tr> Tabela 1....

Qual classe medicamentosa apresenta melhores resultados para pacientes adultos com Diabetes mellitus tipo 2: Biguanida (Metformina) ou Sulfuniluréia?

Conforme Revisão Sistemática publicada pela Biblioteca Cochrane, o tratamento do Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) com Metformina, comparada com uso de sulfuniluréias, foi mais eficaz para redução de “qualquer desfecho clínico relacionado com DM2″ (RR=0,74) (morte súbita, morte por hiperglicemia ou hipoglicemia, infarto agudo do miocáriodo fatal ou não fatal, angina, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral, insuficiência renal, amputação – de pelo menos um dedo, hemorragia vítrea, retinopatia que necessitou fotocoagulação, cegueira em um olho ou cirurgia de catarata) e para redução da mortalidade por qualquer causa (RR=0,68)....

Pacientes diabéticos em uso de insulina podem receber apenas uma aplicação diária? Podem ser usados hipoglicemiantes orais em associação à insulina para pacientes com DM tipo2?

A insulina NPH pode ser usada em dose única diária em todos os pacientes utilizando doses até 40 UI/dia. Pacientes que necessitam de doses maiores que 40UI/dia deverão ter a dose fracionada para se evitar a hipoglicemia. Em algumas bibliografias utiliza-se como ponto de corte a dose de 30 UI/dia para se fracionar a dose. É importante ressaltar que o uso da metformina mantém seus benefícios mesmo após iniciada a insulinoterapia nos pacientes com diabete tipo2....

Qual medicação usar em pacientes diabéticos tipo 2, usando metformina + glimepirida em dose máxima, sem controle adequado da glicemia? Deve ser iniciada a insulinoterapia?

Não encontramos uma comparação entre troca de fármacos, associação de novos fármacos e início de insulinoterapia. Entretanto alguns artigos de boa qualidade encontrados podem ser úteis na resolução da dúvida. Sabe-se que a maioria dos pacientes em uso de hipoglicemiantes orais ao longo de um período variável de tempo irá evoluir para o uso de insulinoterapia para controle adequado dos níveis glicêmicos. Em pacientes já em uso de uma associação de drogas, como é o caso desta consultoria, nos níveis máximos tolerados, pode-se optar como última alternativa antes de se iniciar insulinoterapia pela associação de uma terceira droga que seria a Acarbose (Acarbose 100 mg 3X ao dia)....