Quais os impactos dos exercícios aeróbicos para os portadores de diabetes tipo 2?

Existem evidências consistentes dos efeitos benéficos do exercício na prevenção e no tratamento do diabetes mellitus (DM). O exercício atua na prevenção do DM, principalmente nos grupos de maior risco (1,2), como os obesos e os familiares de diabéticos. Indivíduos fisicamente ativos e aqueles com melhor condição aeróbica apresentam menor incidência de DM tipo 2 (1). No tratamento do diabetes podemos destacar que o exercício físico é um importante aliado, atuando sobre o controle da glicemia e sobre outros fatores de comorbidade, como a hipertensão arterial e a dislipidemia (aumento de colesterol e triglicerídeos), e reduzindo o risco cardiovascular (1)....

Quais orientações nutricionais podem ser dadas pelos Agentes Comunitários de Saúde aos pacientes diabéticos?

Os Dez passos para uma Alimentação Saudável para pessoas com diabetes (1) resumem as diretrizes do Guia Alimentar para a População Brasileira e contemplam as recomendações das sociedades médicas baseadas em evidências científicas (1,3). São orientações gerais, práticas e importantes sobre alimentação, que o Agente Comunitário de Saúde pode utilizar não só com os pacientes diabéticos, mas também com toda a população que acompanha (2). **1º Passo: Faça pelo menos três refeições (café da manhã, almoço e jantar) e dois lanches saudáveis por dia....

Como deve ser o seguimento dos pacientes diabéticos pela Equipe de Saúde da Família?

Para o seguimento clínico, na APS, dos pacientes com Diabetes, o Ministério da Saúde1, recomenda que nos pacientes diabéticos os exames de glicemia de jejum e HbA1C sejam realizados duas vezes ao ano, situações em que a pessoa encontra-se dentro da meta glicêmica estabelecida e, a cada três meses, se acima da meta pactuada. Os demais exames poderão ser solicitados uma vez ao ano, considerando sempre as necessidades da pessoa e os protocolos locais....

Por que os diabéticos são mais vulneráveis à amputação de dedos, pés ou pernas?

Os diabéticos são mais vulneráveis a amputação de membros inferiores, pois o Diabetes Mellitus é uma doença metabólica crônica e se caracteriza por uma variedade de complicações, entre as quais se destaca o pé diabético, considerado um problema grave e com consequências muitas vezes devastadoras diante dos resultados das ulcerações, que podem implicar em amputação de dedos, pés ou pernas. (1). A neuropatia diabética, que é quando os nervos responsáveis pela nossa sensação de dor e tato estão afetados pelo diabetes, pode causar perda da sensibilidade protetora dos pés, deixando-os mais sujeitos a machucados, feridas ou até mesmo amputação de parte dos membros inferiores (dedos, pés, perna) (2)....

É possível utilizar um hipoglicemiante oral em paciente cirrótico com diabetes iniciada após a cirrose, ou a insulina deve ser a primeira escolha?

É possível sim utilizar hipoglicemiantes orais em pacientes cirróticos. Os medicamentos mais comumente utilizados – metformina e glibenclamida – não são hepatotóxicos e cirrose, por si só, não configura contraindicação. Contudo, nos casos de insuficiência hepática significativa, é necessário cautela uma vez que a toxicidade própria do medicamento pode ser potencializada – risco de acidose lática para metformina (muito raro) e hipoglicemia para glibenclamida – sendo preferível o tratamento com insulina....

Qual a orientação para a aplicação da mistura de insulina NPH com insulina regular?

A mistura de insulina permite maior flexibilidade de dose, porém requer mais destreza dos pacientes do que o uso de insulina pré-misturada(1). A escolha do sistema de administração de insulina depende da preferência, necessidade pessoal(1) e o objetivo da intervenção terapêutica. Quando o médico prescreve mistura de insulina de ação intermediária (NPH –N) com insulina de ação rápida (Regular – R) o objetivo é melhorar o tratamento com as ações complementares destas insulinas, numa mesma aplicação (2, 3, 4)....

Quando iniciamos a insulinoterapia, é melhor uma dose noturna de NPH, pois há melhora do controle glicêmico por inibir a gliconeogênese hepática?

Doses de insulina noturna superiores a 30U (1) e a falta de controle adequado com a insulina noturna (HbA1C > 7%) usada em associação com hipoglicemiante oral (metformina), afastados problemas de adesão ao plano alimentar e à atividade física, podem requerer esquemas mais complexos de insulinização.(1,2) Ocorrência de hipoglicemia também justificam mudanças no horário de administração ou fracionamento. A insulina NPH (neutral protamine Hagedorn) tem duração de ação intermediária (pico em 6 a 12h e duração usual 16 a 20h) e por esse motivo é utilizada 1 ou 2 vezes por dia (noite/antes do desjejum) para manter níveis basais de insulina....

Quantas vezes reutilizar uma seringa para aplicação de insulina?

De acordo com a orientação dos fabricantes, as seringas/agulhas descartáveis para a aplicação de insulina não devem ser reutilizadas. Na prática, entretanto, a bibliografia internacional e a Portaria nº 2.583 do Ministério da Saúde, sobre o assunto considera como segura a reutilização limitada do conjunto seringa/agulha (acopladas), desde que respeitadas as orientações sobre armazenamento em geladeira ou em lugar adequado, com a devida proteção da agulha por sua capa protetora plástica....

Como trabalhar com pacientes hipertensos e diabéticos que não aderem ao tratamento farmacológico e à dieta?

Adesão é muito mais que simplesmente cumprir determinações do profissional de saúde; é ter autonomia e habilidade para aceitar ou não as recomendações dos profissionais de saúde, tornando-se participantes ativos do processo de cura (Pontieri & Bachin, 2010). O paciente torna-se mais ativo dentro deste processo de cura quando o vínculo com a equipe de saúde está fortalecido. Tendo em vista esta importância, o papel do agente comunitário de saúde (ACS) na adesão ao tratamento é essencial, pois é ele que aproxima o paciente da unidade de saúde....

Quais os anestésicos locais indicados para diabéticos?

Em relação à anestesia local em pacientes diabéticos, deve-se estar atento à utilização de vasoconstritores. A epinefrina, vasoconstritor comumente associado a lidocaína, tem ação oposta à insulina, sendo considerada hiperglicemiante. A probabilidade de ocorrerem alterações metabólicas após a administração de epinefrina, nas concentrações utilizadas em Odontologia, é muito baixa. O risco é maior nos diabéticos não controlados e nos que recebem insulina. Naqueles com doença estável, controlados por dieta ou hipoglicemiantes orais, o uso de vasoconstritor adrenérgico é seguro....