Como tratar o hipertireoidismo na gestante?

Os diagnósticos diferenciais em pacientes gestantes com tireotoxicose devem incluir Doença de Graves e hipertireoidismo gestacional¹,². O quadro clínico (bócio, oftalmopatia), história prévia de tireotoxicose e o TRAb positivo favorecem o diagnóstico de Graves (Nível B). Deve ser desaconselhada a gestação em mulheres com Doença de Graves que ainda não alcançou o eutireoidismo (Nível D), sendo recomendado o uso de anticoncepcionais¹. No primeiro trimestre de gestação, as recomendações atuais³ sugerem o uso de propiltiouracil (PTU) para o tratamento do hipertireoidismo (Nível C), com posterior substituição pelo metimazol....

Como devo manejar um paciente com bócio nodular tóxico (doença de Plummer- adenoma tóxico e bócio multinodular tóxico)?

O nódulo autônomo de tireóide, junto com o bócio multinodular tóxico, constituem as principais causas de hipertireoidismo no idoso (hipertireodismos apatético). Do ponto de vista fisiopatológico, produzem e secretam hormônios tireoidianos independentemente do estímulo pelo TSH. À medida que os nódulos crescem, aumenta a produção de T3 e T4, suprime-se a de TSH, e os nódulos aparecem como hipercaptantes ou “quentes” à cintilografia. Em relação ao adenoma tóxico, o tratamento desses pacientes com drogas antitireoidianas não induzem remissão da doença, no entanto, podem ser utlizadas para atingir o estado eutireoideano em casos graves até o tratamento definitivo....

Como deve ser feito o acompanhamento de um paciente com hipertireoidismo em uso de metimazol ou propiltiouracil?

O monitoramento da função tireoidiana de um paciente com hipertireoidismo em uso de metimazol ou propiltiouracil deve ser feito com medida de T4 livre e T3 total após quatro a a seis semanas do início do tratamento e depois espaçado em intervalos de 1 a 2 meses até o alcance do eutireoidismo com a menor dose possível. A partir de então, o controle pode ser feito a cada 2 a 3 meses....

O que fazer com TSH baixo e T4 livre normal?

Diante de um paciente com TSH baixo e T4 livre normal, devemos dosar o T3 sérico para afastar a hipótese de uma síntese preferencial de T3 pela glândula, isto é, T3-tireotoxicose¹ (Nível D) Caso o valor de T3 esteja dentro da normalidade, estamos diante de um hipertireoidismo subclínico. O diagnóstico de hipertiroidismo subclínica está baseado na combinação de uma baixa concentração de TSH e T4 livre e T3 normais. Ele pode ocorrer na presença ou ausência de sintomatologia leve de tireotoxicose....

Existe diferença entre dizer que um paciente tem tireotoxicose ou hipertireoidismo? Quais são as principais causas de tireotoxicose?

Embora rotineiramente utilizados como sinônimos, os termos tireotoxicose e hipertireoidismos nomeiam fenômenos patológicos distintos. A tireotoxicose é a síndrome clínica decorrente da exposição do organismo à altas doses de hormônios tireoidianos circulantes. Na maioria dos casos, quando este excesso de hormônio é produzido pela própria glândula tireóide, este quadro é chamado de hipertireoidismo. Essa hiperfunção, quando resultante da estimulação anormal da tireóide, pode manifestar-se das seguintes formas: Doença de Graves (70-90% dos casos) ou Bócio Difuso Tóxico Tumor trofoblástico (mola hidatiforme, coriocarcinoma) Adenoma hipofisário produtor de TSH Ocasionalmente, pode ser uma hiperfunção resultante de uma autonomia tireoidiana intrínseca, encontrados nos seguintes casos:...

Quais os objetivos do tratamento para o hipertireoidismo e quais as principais medicações?

O principal objetivo do tratamento do hipertireoidismo é corrigir o estado de hipermetabolismo com um mínimo de efeitos colaterais e a menor incidência de hipotireoidismo, além da melhora rápida dos sintomas através do uso dos betabloqueadores. Para definir o tratamento, deve-se escolher entre os medicamentos anti-tireoidianos, os quais reduzem a síntese do hormônio tireóideo, o iodo radioativo e a tireoidectomia, que reduzem a quantidade de tecido tireóideo. O hipertireoidismo deve ser tratado, principalmente em idosos, devido o risco de complicações cardiovasculares....

Como é feito o acompanhamento de pacientes com doenças graves que fazem uso de antitireoidianos?

Há duas escolhas mais utilizadas no tratamento com drogas antitireoidianas (DAT) na Doença de Graves: o esquema com doses ajustáveis e o regime de bloqueio tireóideo e reposição de tiroxina. O esquema com doses ajustáveis consiste na administração isolada de DAT e envolve exames de sangue e consultas mais freqüentes, sendo a conduta mais largamente utilizada. A dose inicial, de 20-40 mg/dia de metimazol ou 200-400 mg/dia de propiltiouracil, é reduzida quando os níveis de T3 e T4 se normalizam....

Qual a melhor opção para tratamento medicamentoso do hipertireoidismo?

Não existem ensaios clínicos comparando as drogas anti-tireoidianas. Parece que seus efeitos são muito semelhantes. Entretanto o Metimazol (Tapazol®) induz menos agranulocitose e não há relatos deste grave para-efeito em doses até 30mg. A vantagem do Propiltiouracil é que há um bloqueio mais intenso da conversão de T3 em T4 o que o faz mais útil no uso agudo para tratamento das tireotoxicoses graves. Há relatos de ocorrência de agranulocitose mesmo em doses baixas de propiltiouracil....