O uso de cilostazol apresenta melhora sintomática comprovada para pacientes com doença arterial periférica? E o AAS?

Dados de múltiplos ensaios clínicos randomizados ou metanálises apontam que o cilostazol (100mg V.O 2x/dia) está indicado como um tratamento eficaz para a melhora dos sintomas e aumento da distância caminhada em pacientes com doença arterial periférica de membros inferiores e claudicação intermitente (na ausência de insuficiência cardíaca). O cilostazol tem propriedades vasodilatadoras e também de inibição plaquetária, mas não se conhece precisamente o seu mecanismo de ação. Um teste terapêutico com cilostazol deve ser considerado em todos os pacientes com claudicação intermitente e limitações das atividades do dia-a-dia (1)....

Quais riscos ao paciente da associação de Clopidogrel 75 mg com Atorvastatina? Em qual concentração de Atorvastatina pode ocorrer interação medicamentosa?

As estatinas metabolizadas pela isoenzima CYP3A4 do citocromo P450 (sinvastatina, atorvastatina e lovastatina) parecem interferir na ação antiplaquetária do clopidogrel, mas não está clara sua significância clínica. É possível que o clopidogrel afete o metabolismo de algumas estatinas 1. Alguns estudos revelaram que as estatinas metabolizadas pela isoenzima CYP3A4 do citocromo P450 podem reduzir a atividade antiplaquetária do clopidogrel, em particular no início do tratamento; porém segundo estudos retrospectivos não há evidências clínicas de uma menor eficácia do clopidogrel 2, 3....

Há benefício em fazer uso combinado de AAS e Clopidogrel em relação ao AAS isolado, em caso de Síndrome coronariana aguda?

Clopidogrel, como terapia substitutiva ao AAS, nos casos de Síndrome coronariana aguda, deve ser reservada àqueles pacientes que não toleram AAS devido à hipersensibilidade ou intolerância gástrica1-2. (D) Revisão sistemática demonstrou que pacientes com Síndrome coronariana aguda sem elevação do segmento ST, tratados com AAS (75-325mg/dia) em combinação a Clopidogrel (300 md de dose de ataque, seguido de dose diária de 75 mg) tiveram redução de mortalidade por eventos cardiovasculares e Infarto Miocárdico não-fatal após tratamento continuado por 9 meses em relação ao grupo que utilizou isoladamente AAS (75-325mg/dia) neste período3....

Há benefício em acrescentar Ácido Acetilsalicílico (antiplaquetário) para paciente com história de AVC isquêmico prévio em uso de Varfarina (anticoagulante oral)?

Está bem comprovado que tanto o uso de antiplaquetários, como o de anticoagulantes orais, são benéficos para prevenção secundária de AVC isquêmico para pacientes com Fibrilação Atrial. Na comparação entre os dois, também está claro que o efeito benéfico da Varfarina é superior ao do AAS. Revisão sistemática que procurou comparar o uso de AAS associado com Varfarina, tendo como meta um RNI de 1,2-1,5 (mais baixo que o usualmente buscado), com o uso isolado de Varfarina (meta de RNI entre 2,0 e 3,0) , mostrou que a associação não obteve resultados melhores que o uso isolado do anticoagulante oral....

AAS X AAS + Clopidogrel. Qual o melhor tratamento para prevenção secundária do AVC isquêmico?

Foram encontradas duas revisões sistemáticas que abordam a questão do uso da aspirina e/ou do clopidogrel para prevenção de eventos cardiovasculares maiores. A primeira revisão sistemática incluiu quatro trials em um total de 22.656 pacientes com alto risco cardiovascular. Em três deles a aspirina foi comparada a ticlopidina (3.471 indivíduos) e em um ao clopidogrel (19.185 indivíduos). Quando comparadas com a aspirina, as tienopiridinas (ticlopidina e clopidogrel) foram discretamente superiores na prevenção de eventos cardiovasculares maiores, sendo essa diferença mais importante em relação à redução de acidente vascular cerebral (NNT=142)....