O uso ininterrupto de AAS é indicado para prevenção secundária de Acidente Vascular Cerebral Isquêmico e Infarto Agudo do Miocárdio? Qual a dosagem ideal e o que deve ser avaliado?

Sim, o uso ininterrupto de Ácido Acetil Salicílico (AAS) está indicado na prevenção secundária de Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCi) e Infarto Agudo do Miocardio (IAM)(1, 2,3,4). As pessoas que tomam AAS na prevenção secundária de eventos cardiovasculares, por dois ou mais anos de terapia diária, sofrem menos de IAM, AVCi e morte, de acordo com recentes meta estudos(2,3,4,5). A eficaz ação antitrombolítica do AAS é acompanhada de uma preocupação com o potencial hemorrágico....

Qual diferença entre dalteparina e enoxaparina em relação à eficácia e segurança no tratamento de trombose venosa profunda durante a gestação e puerpério?

Não há diferença significativa entre dalteparina e enoxaparina em relação à eficácia e segurança no tratamento de trombose venosa profunda (TVP) [A]1. Ambas são heparina de baixo peso molecular (HBPM) e podem ser utilizadas para tratamento de trombose venosa profunda em gestantes e puérperas2,3,4, porém a dalteparina não deve ser usada em pessoas com síndrome coronariana aguda [A]1. Para gestantes com TVP, a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular recomenda terapia com doses ajustadas de HBPM subcutânea ou de heparina não fracionada (HNF)2,5, até seis semanas pós-parto (tempo mínimo de anticoagulação: três meses) ou o tempo necessário para completar o período preconizado de anticoagulação....

Há diferenças entre doses (alta vs baixa) de estatinas para prevenção primária de doenças cardiovasculares? E para prevenção secundária? Quais as doses estudadas e recomendadas?

Há evidências conflitantes na dosagem de estatinas tanto para prevenção primária ou secundária. Há ensaios clínicos com diversas dosagens, nos mais diferentes cenários (1). Recentemente em revisão sistemática encontrou redução da mortalidade por qualquer causa inclusive em pacientes com baixo risco cardiovascular (abaixo de 10% em 10 anos)(2). Apesar das informações diversas algumas conclusões são possíveis: a) A maioria dos ensaios usou estatinas em moderadas doses (equivalente a 40 mg de sinvastatina) b) A redução relativa de risco varia de 10 a 30% em mortalidade total, mortalidade cardiovascular e desfechos cardiovasculares, independente do risco absoluto do paciente....