Qual diferença entre dalteparina e enoxaparina em relação à eficácia e segurança no tratamento de trombose venosa profunda durante a gestação e puerpério?

Não há diferença significativa entre dalteparina e enoxaparina em relação à eficácia e segurança no tratamento de trombose venosa profunda (TVP) [A]1. Ambas são heparina de baixo peso molecular (HBPM) e podem ser utilizadas para tratamento de trombose venosa profunda em gestantes e puérperas2,3,4, porém a dalteparina não deve ser usada em pessoas com síndrome coronariana aguda [A]1. Para gestantes com TVP, a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular recomenda terapia com doses ajustadas de HBPM subcutânea ou de heparina não fracionada (HNF)2,5, até seis semanas pós-parto (tempo mínimo de anticoagulação: três meses) ou o tempo necessário para completar o período preconizado de anticoagulação....

Qual o nível de pressão arterial desejável para um paciente hipertenso com histórico de AVC isquêmico?

Na literatura, existe incerteza sobre quão intensiva deve ser a redução da pressão arterial em pessoas que tiveram um acidente vascular cerebral (AVC) ou ataque isquêmico transitório (AIT), a fim de evitar um novo comprometimento cerebrovascular (1). Diretrizes recentes se posicionaram com diferentes conclusões sobre esta questão: as diretrizes europeias recomendam uma pressão arterial sistólica (PAS) alvo de 140 mmHg (ou superior) (B); e as diretrizes britânicas recomendam uma meta de 130 mmHg (1-3), meta pressórica também recomendada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia para hipertensos com lesão de órgão-alvo (4)....

Como fazer o acompanhamento da anticoagulação em paciente portador de fibrilação atrial com história prévia de AVC Isquêmico?

Pacientes com Fibrilação Atrial (FA) e Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVC) prévio se beneficiam da terapia de anticoagulação oral na prevenção de novo evento isquêmico (grau de evidência A) 1. Apesar da população >75 anos ter maior incidência de eventos hemorrágicos com anticoagulação oral, esta população tem também risco aumentado para eventos tromboembólicos quando na presença de fibrilação atrial1. O monitoramento da anticoagulação é realizado através do Tempo de Ativação de Protrombina(TAP)....

Quais exames são necessários na investigação pós Acidente Vascular Cerebral? É necessário encaminhar todos os pacientes para seguimento posterior com neurologista?

Grande parte dos exames a serem realizados após a ocorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico ou hemorrágico já são realizados durante o atendimento do evento agudo no serviço de emergência, tais como: TC de crânio; RNM cranioencefálica; glicemia; eletrólitos séricos; ureia sérica e creatinina; enzimas cardíacas; ECG; Radiografia de tórax; hemograma completo; tempo de protrombina (TP) e de TTP. Alguns outros devem ser ponderados conforme as alterações e fatores de risco percebidos como Ecodoppler cardiograma e ecodoppler de carótidas, líquor, radiografia de toráx, Holter....

Há benefício em acrescentar Ácido Acetilsalicílico (antiplaquetário) para paciente com história de AVC isquêmico prévio em uso de Varfarina (anticoagulante oral)?

Está bem comprovado que tanto o uso de antiplaquetários, como o de anticoagulantes orais, são benéficos para prevenção secundária de AVC isquêmico para pacientes com Fibrilação Atrial. Na comparação entre os dois, também está claro que o efeito benéfico da Varfarina é superior ao do AAS. Revisão sistemática que procurou comparar o uso de AAS associado com Varfarina, tendo como meta um RNI de 1,2-1,5 (mais baixo que o usualmente buscado), com o uso isolado de Varfarina (meta de RNI entre 2,0 e 3,0) , mostrou que a associação não obteve resultados melhores que o uso isolado do anticoagulante oral....

Qual a melhor opção para prevenção secundária de Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico: Ácido Acetilsalicílico ou Clopidogrel?

Revisão sistemática que comparou o uso de Tienopiridinas (Clopidogrel/Ticlopidina) com o uso de AAS para prevenção de eventos isquêmicos para pacientes com alto risco cardiovascular (em especial AVC ou Acidente Isquêmico Transítório (AIT) prévios) mostrou que o uso de Tienopiridinas reduziu muito discretamente o número de eventos cardiovasculares maiores em relação ao uso do AAS e não teve qualquer diferença quanto à redução da mortalidade por qualquer causa. Dentre as Tienopiridinas, o Clopidogrel é a droga de primeira escolha, haja vista o perfil mais seguro em relação a seus efeitos colaterais, quando comparada à Ticlopidina....

AAS X AAS + Clopidogrel. Qual o melhor tratamento para prevenção secundária do AVC isquêmico?

Foram encontradas duas revisões sistemáticas que abordam a questão do uso da aspirina e/ou do clopidogrel para prevenção de eventos cardiovasculares maiores. A primeira revisão sistemática incluiu quatro trials em um total de 22.656 pacientes com alto risco cardiovascular. Em três deles a aspirina foi comparada a ticlopidina (3.471 indivíduos) e em um ao clopidogrel (19.185 indivíduos). Quando comparadas com a aspirina, as tienopiridinas (ticlopidina e clopidogrel) foram discretamente superiores na prevenção de eventos cardiovasculares maiores, sendo essa diferença mais importante em relação à redução de acidente vascular cerebral (NNT=142)....

Que orientações o Agente Comunitário de Saúde deve dar a um cuidador de paciente com sequela de Acidente Vascular Cerebral?

A melhor forma de se trabalhar com o cuidador de um paciente com sequela de Acidente Vascular Cerebral (AVC) deve ser construída a partir da individualização de cada caso. Esta construção depende das necessidades, conhecimentos e crenças do paciente, do cuidador e dos profissionais de saúde. Sendo o Agente Comunitário de Saúde fundamental como elo de ligação entre paciente, família e equipe, deve sempre discutir com a equipe qual o plano de tratamento ou cuidado específico para cada paciente/cuidador....

A prática de atividade física diminui o risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC)?

No âmbito da APS, todo encontro deve ser utilizado para estimular a promoção da saúde, de maneira oportuna e contínua. Entre estas orientações, encontra-se a prática regular de atividade física, que pode reduzir o risco de AVC. A presente metanálise apresenta como principais limitações o número limitado de banco de dados utilizados para a revisão sistemática e a seleção de estudos publicados apenas em inglês, o que pode vir a conferir um viés de publicação....

O aumento no consumo de frutas e verduras diminui o risco de AVC?

De acordo com os estudos apresentados, o aumento na ingesta de frutas e verduras está associado com a diminuição do risco de AVC (redução de 11% entre os que consumiram de 3 a 5 porções/dia e de 26% para quem consumiu mais de 5 porções/dia). A interação educativa com a população é uma perspectiva própria ao trabalho de Atenção Primária à Saúde (APS). A ingesta diária média nos países pesquisados (EUA, Finlândia, Dinamarca, Japão e Holanda) foi de 3 porções diárias de frutas e vegetais, estando abaixo desta recomendação....