Existe algum modelo de dados a ser colocado na folha de rosto dos prontuários individuais e familiares, além da lista de problemas?

O prontuário familiar é composto por documentos relativos ao grupo familiar (conjunto de moradores de determinado domicílio, não importando se os laços que os unem são relacionais ou biológicos) e documentos relativos a cada um dos indivíduos que compõe esse grupo. Os documentos comuns ao grupo familiar podem ser: Capa ou envelope do prontuário: deve conter nome da instituição, o título “Prontuário Médico”, o nome e número de registro da família, assim como seu endereço....

Há diferença em desfechos de morbimortalidade no uso de enalapril e losartana? Qual a diferença no custo do tratamento ao longo de um ano?

Quanto as diferenças em morbimortalidade, os resultados ainda são inconclusivos, mas a comparação parece favorecer os Inibidores da Enzima Conversora da Angiotensina (ECA) contra os antagonistas do Sistema Renina Angiotensina (ARA) para redução de mortalidade em Insuficiência Cardíaca (IC), pós Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), mortalidade geral em diabéticos e progressão de Insuficiência Renal Crônica (IRC) em diabéticos. Ambas as classes parecem ter o mesmo efeito anti-hipertensivo. A comodidade posológica é a mesma e o custo anual dos ARA é menor em R$ 147,39 em nosso país....

Há diferença em desfecho de morbimortalidade entre os medicamentos succinato de metoprolol e tartarato de metoprolol? E entre o metoprolol e o carvedilol?

Carvedilol e sucinato de metoprolol são efetivos para redução de morbimortalidade de pessoas com insuficiência cardíaca (IC), mas não há Ensaios Clinicos Randomizados (ECR) comparando diretamente um ao outro. Comparações de carvedilol com tartarato de metoprolol (estudo COMET) definem a superioridade do primeiro, mas houve limitações importantes, como por exemplo, a falta em compará-los para o mesmo nível de bloqueio beta. Nele, o tartarato de metoprolol foi utilizado em doses menores do que em outros estudos desta droga....

É tarefa do médico generalista fornecer atestado médico admissional para empregados de empresas privadas?

Com frequência as pessoas procuram as unidades de saúde para exame médico admissional e emissão de atestado de saúde ocupacional, porém isto não constitui atribuição do médico que atua na atenção primária. O atestado de saúde ocupacional e o exame admissional devem ser realizados por médico do trabalho, coordenador do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) da empresa ou por médico nomeado por este. O médico que fornecer o atestado pode responder civil e criminalmente por qualquer agravo que venha a ocorrer à saúde do trabalhador....

O uso de diuréticos tiazídicos no tratamento HAS reduzem os eventos cardiovasculares? Há diferença de eficácia entre a hidroclortiazida e clortalidona?

Sobre o uso de diuréticos tiazídicos no tratamento de HAS, grandes ensaios mostram redução de eventos cardiovasculares somente com clortalidona. A dúvida é: existe algum trabalho que mostre que a hidroclortiazida (HCTZ), com ajuste de posologia, tenha a mesma eficácia? E a clortalidona tem duração de efeito de 24 horas, enquanto a HCTZ de 12 horas? Realmente clortalidona foi a droga mais testada nos grandes ensaios clínicos, entre os diuréticos. Nesse contexto, ALLHAT é, provavelmente, o mais emblemático ensaio clínico, visto que tentou definir qual a melhor primeira droga para manejo da HAS (e usou clortalidona como diurético)....

É seguro o uso da fluoxetina na gestação e na lactação?

Para considerar o uso de fluoxetina na gestação e lactação, é importante avaliar os riscos/benefícios do sua prescrição. De um lado, há os riscos potenciais do medicamento; de outro, há o risco de não tratar adequadamente uma gestante que necessita de um psicofármaco 1,2. Dessa forma, é indicado, com ressalvas, o uso de fluoxetina nos casos de depressão durante a gestação e lactação. Por apresentar baixo risco obstétrico3, a Fluoxetina, pode ser indicada para tratar a depressão durante a gravidez – FDA risco C1....

Quais são as recomendações para uso de dissulfiram?

O dissulfiram (DSF) é recomendado na gestão da dependência de álcool em pacientes selecionados, altamente motivados e que estejam com apoio psicoterapêutico¹,2. O uso deste medicamento pode reduzir o consumo de álcool, mas não melhorar abstinência total ou possíveis recaídas (nível 2 de evidência)2,3. A dose habitual é 250mg/dia em dose única diária, preferencialmente de manhã, após um intervalo de, pelo menos 12 horas de abstinência. Os pacientes também podem beneficiar-se com doses de 500mg/dia....

Qual o risco ao bebê que possui artéria umbilical única?

No cordão umbilical normal existem duas artérias e uma veia. No entanto, a variante com uma artéria umbilical única (AUU) e uma veia umbilical (cordão com 2 vasos), está entre os achados mais comuns de alterações em exames de ultrassom fetal (ecografia), sendo que a artéria umbilical ausente mais frequente é a esquerda. A origem deste problema ainda não é completamente conhecida e é provavelmente multifatorial, resultante tanto da agenesia (não formação) ou atrofia (formação com posterior desaparecimento) da segunda artéria umbilical ou da persistência da normalmente transitória AUU embrionária....

Quais as recomendações para o cálculo da média de consulta/ habitante/ano ou consulta/habitante/hora para os atendimentos médicos, de enfermagem e de odontologia em uma equipe de ESF?

A Portaria de 2002, n.º 1101/GM1 e os Parâmetros para Programação das Ações de Saúde do Ministério da Saúde2 trazem algumas recomendações que devem ser atualizados para a realidade local. A média de consultas médicas por habitante por ano, sugerida nos parâmetros assistenciais do no Sistema Único de Saúde (SUS), é de 2 a 3 consultas por hab/ano1,2. Para a enfermagem é de 0,5 a 1 consulta de enfermagem por hab/ano, com tempo estimado de três consultas por hora1,2....

Como insulinizar o paciente com DM2? Com quais doses começar?

A insulinoterapia, assim como todas as condutas médicas, deve ser individualizada levando em consideração aspectos próprios de cada paciente. Lembrando que as informações e ideias aqui contidas são apenas uma sugestão de conduta, feita à distância, em um contexto de segunda opinião formativa, que deve ser analisada e incorporada/adotada ou não, de acordo com o julgamento clínico do médico que assiste ao paciente, sendo esse, portanto, o único responsável pelas condutas tomadas, devendo, na adoção da insulinoterapia, ter especial atenção às comorbidades do paciente, ao grau, frequência e horários de hiperglicemia (visualizada pela auto-monitorização glicêmica domiciliar), aos riscos associados à hipoglicemia e à capacidade de resolução das mesmas....