Há algum significado clínico a presença de Anti-HCV positivo (ELISA) quando PCR para Hepatite C está negativo?

De acordo com revisão do Clinical Knowledge Summaries (1), na presença de um paciente com exame Anti-HCV (ELISA) positivo e PCR para Hepatite C negativo, sugere-se repetir o PCR em um intervalo de 6 meses, para confirmar a ausência de infecção pelo vírus da Hepatite C. Em paciente com Anti-HCV positivo, após dois exames PCR negativos realizados com intervalo mínimo de 6 meses, a realização de RIBA (Recombinant immunoblot assay) seria capaz de responder se o paciente já teve contato com o vírus ou não (2): RIBA negativo: indica reação cruzada (Anti-HCV falso-positivo) e ausência de contato do paciente com o vírus da Hepatite C; RIBA positivo: indica que o paciente teve contato com o virus da hepatite C, apresenta anticorpos, mas está curado....

Quais as causas de síndrome das pernas inquietas?

A Síndrome das pernas inquietas (SPI) pode ser tanto idiopática como secundária a uma causa subjacente. Idiopática ou primária (sem causa aparente): Ocorre na maioria das pessoas e mais de 50 % destas têm uma história familiar da síndrome, sugerindo uma base genética. Secundária: – As três principais causas: gestação: ocorre em até 20% das gestantes, geralmente no último trimestre; deficiência de ferro: ocorre em cerca de 25% dos casos de SPI; doença renal crônica (estágio 5): ocorre em cerca de 20% das pessoas que fazem diálise; Outras condições associadas: doença de Parkinson; neuropatia periférica; artrite reumatóide; diabetes; hipotiroidismo; fibromialgia; Algumas drogas podem exacerbar a SPI: antidepressivos (Tricíclicos ou Inibidores seletivos da recaptação de serotonina); neurolépticos; antieméticos antagonistas dopaminérgicos (ex: metoclopramida); anti-histamínicos sedativos; lítio; bloqueadores do canal de cálcio....

Que antibiótico utilizar para amigdalite bacteriana em criança alérgica à penicilina, cefalexina e eritromicina?

Frente a uma criança com diagnóstico clínico de amigdalite bacteriana com indicação de antibioticoterapia, no entanto comprovadamente alérgica à Penicilina, Cefalexina e Eritromicina (o que é muito raro), Clindamicina torna-se o antibiótico de escolha. Clindamicina, em crianças, deve ser usada na dose de 3-6 mg/Kg dose a cada 6 horas. Devido ao risco de colite medicamentosa, seu uso deve ser suspenso caso ocorra diarréia. Monitoramento da função hepática e renal deve ser feito rotineiramente em neonatos, lactentes ou nas crianças que fizerem uso prolongado de Clindamicina....

Há diferença entre o uso contínuo prolongado e o uso esporádico de Cinarizina em idosos, para o aparecimento de sintomas de Parkinsonismo?

Está bem estabelecido na literatura a associação entre o uso de Cinarizina e Parkinsonismo. O uso de Cinarizina, assim como de Flunarizina, é a segunda causa de parkinsonismo em uma série de países, incluindo Brasil (1,2). Tal associação tem maior importância sobretudo em pacientes idosos e que fazem uso prolongado de Cinarizina (3). Quanto maior a idade do paciente e maior o tempo de uso da medicação, maior a probabilidade de desenvolvimento de Parkinsonismo....

O que são Nódulos de Schmorl e qual sua importância clínica?

Nódulo de Schmorl é uma alteração visualizada em exames de imagem da coluna vertebral que indica a herniação do disco intervertebral para dentro do corpo vertebral. Embora sua prevalência na população adulta possa chegar a 50 % (1-3), sua detecção em radiografias simples depende de diversos fatores como o tamanho do indivíduo, a qualidade do exame, a localização e o tamanho do nódulo e o grau de esclerose óssea circundante (2)....

Paciente com neoplasia malígna de cavidade oral com tumoração cervical clinicamente sugestiva de linfonodo metastático necessita de biópsia cervical?

Se há confirmação diagnóstica de uma lesão primária neoplásica da cavidade oral, estagiar a doença passa a ter suma importância para a instituição de terapêutica adequada. Saber se há ou não metástatase para linfonodos cervicais faz parte deste estadiamento. No entanto, exame físico e tomografia computadorizada (TC) de cabeça e pescoço costumam ser suficientes para indicar a presença de linfonodos metastáticos. (1) A TC ainda tem a vantagem de determinar a extensão da infiltração tumoral local....

Qual a conduta frente à gestante com ascaridíase?

Embora haja estudos com Mebendazol mostrando efeito teratogênico em animais, sua absorção pelo intestino humano é muito baixa e um estudo com 400 gestantes expostas à droga durante a gestação não mostrou qualquer risco aumentado de malformação congênita (1). Mebendazol é considerado droga de risco C na gestação, ou seja: “riscos não descartados, no entanto benefício potencial pode justificar o risco potencial” (2). Somado ao fato de que o risco de transmissão da infecção para o feto é ínfimo (1,3), sugere-se que o tratamento deva ser postergado até após as 14 semanas de gestação....

Quinolonas podem ser utilizados em crianças e adolescentes?

Estudos demonstram que as quinolonas provocam artropatia nas articulações “que sofrem carga” em animais jovens. Consequentemente, não são geralmente recomendadas para crianças e adolescentes. No entanto, como o significado deste efeito em seres humanos é incerto, em algumas circunstâncias específicas o uso por curtos períodos de Ciprofloxacina ou Ácido Nalidíxico pode ser justificado. Concluindo, quinolonas devem ser evitadas ao máximo em crianças e adolescentes, nunca sendo utilizadas como primeira opção....

Qual indicação para litotripsia extracorpórea por ondas de choque em pacientes com nefrolitíase?

A seleção do tipo de tratamento – conservador, litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LEOC), nefrolitotripsia percutânea, cirurgia convencional – para um paciente com nefrolitíase depende uma série de fatores como: sintomatologia, grau de obstrução, tamanho e localização do cálculo e associação com infecção. Além disso, segurança e custo do procedimento, tempo de recuperação, conforto do paciente, recursos disponíveis e experiência do serviço com cada modalidade terapêutica também são levados em conta (1,2)....

Qual o manejo inicial do paciente com diagnóstico recente de fibrilação atrial assintomático?

Frente a um paciente com fibrilação atrial (FA) assintomática identificada recentemente, a primeira conduta a ser tomada é avaliar a necessidade de encaminhamento a um serviço de urgência, que deve ocorrer no caso de pulso maior que 150 bpm e/ou pressão arterial baixa (PA<90 mmHg). Descartada urgência, é importante procurar identificar possíveis causas ou fatores precipitantes, por meio da avaliação dos seguintes exames: Eletrocardiograma (ECG) – a princípio já realizado (é possível identificar condições como Hipertrofia ventricular esquerda, infarto do miocárdio prévio, etc); Testes de função tireoidiana (excluir hipertireoidismo); Hemograma completo (excluir anemia); Creatinina, eletrólitos, cálcio e glicemia (excluir distúrbios eletrolíticos que podem precipitar fibrilação atrial); Testes de função hepática e testes de coagulação (para avaliar uso de varfarina); RX tórax (avaliar anormalidade pulmonar, também pode auxiliar na detecção de insuficiência cardíaca); Ecocardiografia nos casos em que não for necessário encaminhamento ao cardiologista (vide abaixo), quando houver risco aumentado ou suspeita de doença cardíaca subjacente (ex: sopro ou sinais de insuficiência cardíaca); ou ainda quando pode ser necessário para avaliar necessidade de início de terapia antitrombótica....