Qual abordagem não farmacológica a equipe de saúde deve ter com crianças diagnosticadas com TDAH?

A intervenção nesses casos prevê uma atuação que envolva familiares, escola e criança. A multidisciplinariedade é prevista em casos de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), assim o envolvimento de profissionais como psicólogo, médico, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, além da equipe da Unidade Básica, poderá garantir melhores progressos no tratamento do paciente(2). A intervenção com a escola deve ser focada na aproximação dos pais com a criança através da realização de mediações em acordos entre família e escola, como por exemplo: – Orientar os pais a conversar com a criança sobre o porquê ela sai toda hora da sala, da cadeira (ou qualquer outra queixa que a escola tenha)....

Como lidar com as demandas vindas das escolas, relacionadas a alunos com possível déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)?

Esta é uma questão muito pertinente e que atualmente está atingindo muitas unidades de saúde. Os profissionais das escolas têm apresentado um despreparo quanto ao assunto Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), e a diferença entre falta de limites e outros problemas psicossociais. Cabe realmente às equipes de saúde da atenção primária à saúde trabalharem tais questões com as escolas e os pais dos alunos. Além da capacitação dos professores para lidar com estas dificuldades (violência doméstica, transtornos mentais – TDAH-, bulliyng, transtornos psicossociais, etc), pode-se desenvolver rodas de conversa onde eles possam expor suas dificuldades....

Quando suspeitar de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade em crianças?

A suspeita do diagnóstico de TDAH deve ser levantada na presença de crianças com sintomas de hiperatividade, falta de atenção e/ou impulsividade que estão presentes desde a infância. Tais sintomas devem ser inapropriados para a idade e resultar em significante disfunção psicológica, social e/ou educacional. Abaixo são descritos algumas condições necessárias para o diagnóstico: Sintomas aparecem tipicamente em crianças entre 3 e 7 anos de idade, mas pode não ser identificado até 7 anos, especialmente quando a hiperatividade não está presente; Sintomas devem estar presentes por um período de pelo menos 6 meses; Sintomas devem ser observados em pelo menos dois “cenários” diferentes como casa, escola, situações sociais, etc....

Como realizar o diagnóstico de TDAH? Qual a melhor abordagem inicial? Quais critérios de uso de metilfenidato, posologia e acompanhamento?

O SNAP-IV é um instrumento que foi validado para uso no Brasil como ferramenta de diagnóstico de TDAH, baseado nos critérios do DSM-IV. Está disponível no site http://www.tdah.org.br/SNAP-IV.pdf . Pode ser aplicado por familiares e professores como uma forma de rastreamento do transtorno. Consiste em graduar entre “nem um pouco”, “só um pouco”, “bastante” e “demais” os seguintes sintomas: Não consegue prestar muita atenção a detalhes ou comete erros por descuido nos trabalhos da escola ou tarefas....

Qual o benefício do metilfenidato (Ritalina) para o tratamento da TDAH?

Uma revisão sistemática que avaliou estudos prévios a 2001 chegou à conclusão que o uso de Ritalina® (metilfenidato) era efetivo para melhorar o aprendizado e para reduzir os sintomas maiores de TDAH (desatenção, hiperatividade e impulsividade). Além disso esta revisão avaliou a custo-efetividade do tratamento que mostrou melhora nos anos ganhos ajustados para qualidade (QALYs). Na revisão realizada para o Clinical Evidence 2007 nenhum tratamento foi considerado totalmente benéfico e os melhores (atomoxetine, sulfato de dexamfetamina e metilfenidato) foram considerados “possivelmente benéficos”....